Quer ajudar? Não seja mais doente do que o doente, mantenha o seu lugar de fora, de apoio.

Quando amamos alguém sofremos junto – esse é o erro. Às vezes sofremos mais do que quem sofre e redundamos a angústia. Choramos mais do que quem chora. Reclamamos do mundo mais do que quem tem motivos. Roubamos o lugar de protagonista. Inventamos uma concorrência no infortúnio. Profanamos a solidão do próximo, fazendo tudo parecer encenação, sem impor a seriedade das diferenças entre o paciente e o acompanhante.

O outro não pode se socorrer e ainda precisa cuidar de nossa fragilidade, o que é impossível. Cria-se uma vergonha para aquele que realmente experimenta um problema. Ele vê que arrasta a família inteira para o seu diagnóstico, sente-se duplamente responsável pelo desgosto.

Empatia é entender e reconhecer a gravidade da situação, não incorporar o padecimento para si e ser alarmista.

Adotamos a angústia alheia como se fosse nossa, e não é, e não pode ser. Porque daí teremos duas vítimas para a mesma dor.

Se a pessoa amada atravessa uma depressão, não se deprima igual. Não procure demonstrar o amor dividindo os sintomas.

Se a pessoa amada está com com uma doença séria, não deixe de comer, de trabalhar, de se relacionar com os amigos. Vai só piorar o quadro.

Seja forte e continue com saúde, para indicar a porta de saída.

SOBRE O AUTOR:

Fabrício Carpi Nejar, ou Fabricio Carpinejar, como passou a assinar a partir de 1998, é um poeta, cronista e jornalista brasileiro.

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