Querer desaparecer
é diferente de querer
morrer.

Desaparecer
é não ter que explicar a ninguém,
conversar com ninguém.

Mudar-se para algum lugar
onde ninguém conhece você,
onde você não precisa olhar
para um único rosto risonho.

Fugir com essa dor
que não é sua inimiga.

Essa dor que talvez seja
agora sua melhor amiga.

Essa dor que é seu marido,
a coisa na qual você se enrola toda noite,
adormecendo em seus braços.

Que acorda cedo
para lhe fazer seu café
da manhã frio e ingrato.

Ir para esse lugar,
onde toda superfície é uma lâmina.

Uma coisa afiada na qual
você pendura sua carne triste,
para sentir algo,
qualquer coisa,
além… disso.

Ouça este poema na voz da Cristin O’Keefe Aptowicz:

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