Todo final de ano é a mesma coisa. Fazemos uma lista de promessas para o ano que se inicia. Realmente acreditamos que vamos mudar e que, a partir de primeiro de janeiro, tudo será diferente.

Desafio: manter as resoluções de Ano Novo

“Resolução de Ano Novo: comer melhor, se exercitar mais, gastar menos dinheiro e dormir mais! E manter as resoluções de Ano Novo”.

O que acontece, na prática, é que geralmente essas resoluções falham porque são muito abrangentes e amplas. Sempre sonhamos grande!

A maioria das pessoas conhece essa sensação. Estabelecemos objetivos e fazemos uma lista de promessas para nós em janeiro, depois de um breve tempo de excessos e culpa. E são frequentemente impossíveis de atingir.

Podemos ter as melhores intenções, mas a pressão que segue pode nos deixar prestes a falhar. Então por que nos sujeitamos a esse ciclo sem fim de expectativa e falha?

Tradição de resoluções de Ano-Novo

Essa tradição é antiga – remonta aos antigos babilônios, que faziam promessas aos deuses no início de cada ano. Para eles, fazer promessas aos deuses era um ritual espiritual para manter “tudo em ordem” pelo resto do ano.

Isso era comum na Roma de Júlio Cesar e teve paralelos religiosos no início do Cristianismo e Judaísmo, quando adoradores procuravam melhorar a si mesmos anualmente. Em 1º de março, o ano novo romano original, novos funcionários eram empossados e os velhos se juntavam a eles no compromisso derespeitar as leis e cumprir seus deveres. Por volta de 300 aC, o início do novo ano foi transferido para janeiro, com a posse de novos funcionários transferida também. Esta data dava aos romanos tempo suficiente para os líderes e soldados declararem sua lealdade ao imperador antes de os militares iniciarem suas campanhas de primavera. Conforme o império romano crescia, os militares tinham que deixar a região a cada ano mais cedo, porque as distâncias aos campos de batalhas eram maiores.

Em 1740, resoluções mais modernas começaram a surgir, quando John Wesley, um clérigo anglicano e teólogo cristão britânico, criou um novo tipo de “missa” na igreja, realizada para aqueles que queriam uma noite tranquila de reflexão, em vez de uma festa, na data do Ano Novo. Os participantes prometiam continuar seu serviço fiel a Deus.

As resoluções definitivamente evoluíram ao longo dos séculos. De acordo com a Universidade Estadual de Oklahoma, nos EUA, as primeiras eram mais sobre reafirmar a fé em Deus, fazendo sacrifícios, sendo mais responsável e se tornando uma pessoa melhor.

Hoje o costume é praticado no mundo todo, com resoluções variando de um lugar a outro.

Inspiração e o silêncio.

O escritor Deepak Chopra explica que o segredo para cumprir resoluções de fim de ano é a inspiração e o silêncio.

“Se as pessoas vão além da motivação e conseguem encontrar inspiração verdadeira, as resoluções se sustentam. Então, para mim, a questão é ir a um nível mais profundo, e é por isso que dou tanta importância à ideia de silêncio. Não digo que todos devem fazer silêncio [todo o tempo], mas mesmo se você permanece cinco, dez minutos do seu tempo em silêncio todos os dias ou a cada dois dias ou uma vez por semana, começa a fazer perguntas simples, como: Quem sou eu? O que eu quero? Qual é o propósito da minha vida? Existe uma contribuição que eu possa dar para minha comunidade ou para a sociedade? Que tipo de relações que eu quero ter? Qual é a minha ideia de bem-estar, e como eu posso conseguir isso?”

Talvez você não saiba as respostas, mas se você começar a fazer esse tipo de reflexão, ela tem uma maneira muito interessante de não apenas levá-lo às respostas, mas também de mudar seu comportamento. Então, ao invés de dizer: “eu terei toda essa força de vontade”, o questionamento e a reflexão o levarão espontaneamente à mudança.

No final o que as pessoas mais querem é a felicidade. O objetivo final de todas as resoluções de ano novo é a felicidade. Não importa o que está escrito nas listas de promessas, as pessoas fazem promessas porque porque pensam que, no final, isso as fará felizes.

Não faça resoluções de final de ano

Prometer coisas para o ano novo pode trazer insatisfações pessoais. Como queremos dar um fim às nossas frustrações pessoais elegemos um marco, uma data: o primeiro dia do próximo ano.

O simbolismo disso é simples: se o ano é novo, vida nova! A questão é que essa data é apenas uma convenção. Todos os dias morremos e renascemos. Podemos parar de fazer algo ou começar algo novo no 1º de janeiro ou na próxima hora.

O futuro é definido pelas ações que tomamos agora. Para algo acontecer no ano que vem, você precisa fazer algo hoje e não esperar que no dia 1º de janeiro tudo comece magicamente.

Neste ano que se inicia, não faça resoluções de final de ano, não prometa nada. Apenas faça alguma coisa.

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