As pessoas que confundem o que elas são com que tem quando perdem seu cargo se despedem de quem?

De que nunca foram na realidade.

Porque não existe hierarquia que diminui a nossa personalidade quando a gente se dá conta que é atrás do crachá é que tá a nossa identidade.

Sempre que eu vejo alguém que está numa posição mais elevada se sentindo superior eu lembro de um senhor analfabeto que era chamado de professor.

E ele era muito respeitado mesmo sem tem instrução mas por ser dotado de sabedoria.

“E a diferença?”

“A diferença”,  ele dizia “é que sabedoria ninguém tira e esse monte de informação hoje vai ter validade, amanhã,  expira”

E ele sempre repetia: “eu respeito o seu título mas me identifico com seu nome. Eu respeito seu sobrenome mas é só uma identificação”

E por isso o respeito tanto alguns amigos que a gente se identifica a ponto de
chamar de irmão.

E foi com esse professor analfabeto que eu aprendi que respeito não é competição.

Você continua ganhando se respeitar o outro mesmo fora do ambiente de trabalho ou fora do horário.

Porque valorizar alguém não significa perguntar o salário.

E ser quem a gente é é diferente de ser o que a gente quer ter.

Então não deixe que a sua posição chegue primeiro que você.

Ouça este poema na voz do poeta Allan Dias Castro:

SOBRE O AUTOR:

Allan Dias Castro é poeta e tem a escrita como base para todos os seus projetos, de letras de música a programas de tv. Formado em Comunicação Social pela ESPM-RS, cursou Escrita Criativa na Escola de Escritores de Barcelona, na Espanha.

Gaúcho radicado no Rio de Janeiro, Allan lançou seu primeiro livro, O Zé-Ninguém, em 2014. Suas letras já foram musicadas por grandes nomes, como Roberto Menescal, e ele já declamou seus poemas ao lado de artistas como Oswaldo Montenegro e Marcos Suzano.

Desde 2016, integra o Reverb Poesia (@reverbpoesia), banda que viaja por todo o Brasil apresentando sua mistura de música e poesia falada. Com o Voz ao Verbo, projeto de vídeos com poemas autorais que deram origem a este livro, busca facilitar o acesso do público à poesia.

“Poeta é quem toma liberdades com a língua e o Allan Dias Castro faz isso com maestria. Sua poesia, sua prosa poética, seus epigramas e aforismos – e suas letras de musica – são exercícios de extrema liberdade. E entre o lírico, o satírico e o bem bolado, ele nos leva junto em cada voo.” Apresentação de Luis Fernando Verissimo para “O Zé-Ninguém”, livro lançado em 2014.

Você pode ler mais e conhecer o Allan Dias Castro: allandiascastro.com.br

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