Em meio a tudo que vivenciamos nos últimos dois anos, marcados pela doença da mamãe, a chegada da Helena transcende uma simples bênção para nós; ela se revela como um raio de sol, um lembrete vibrante de que as adversidades são passageiras e que a celebração da vida é imperativa.
A notícia da chegada da Helena nos encheu, a mim e à mamãe, de uma felicidade indescritível e uma emoção profunda. De imediato, a mamãe começou a imaginar vocês juntas, envoltas em milhões de histórias e situações, enfatizando o quão enriquecedor será para vocês terem primos com quem crescer e compartilhar momentos.
Confesso que fiquei surpreso quando seu tio me ligou anunciando que se tornaria pai. Pude quase visualizar o misto de sorriso e nervosismo em seu rosto, reflexo da ansiedade que a paternidade iminente traz. Foi nesse instante que a realidade me atingiu: meu irmão menor estava prestes a embarcar na jornada da paternidade. Curiosamente, em meu imaginário, ele permanece como aquele jovem, não muito mais velho do que você hoje, que ficou para trás enquanto eu, aos 16 anos, me aventurava para estudar em outra cidade.
Naquela época, a comunicação não possuía a facilidade que temos hoje. Cheguei a passar mais de oito meses sem ver seu tio, até que ele decidiu vir morar comigo em Campinas, conseguindo seu primeiro emprego na mesma empresa onde realizei meu estágio inicial.
Permita-me avançar um pouco na história… Foi então que seu tio conheceu a Gabi. Você sabia que o primeiro evento familiar/social que a tia Gabi participou foi seu aniversário de 1 ano? Pois é, lembro-me claramente de seu tio me ligando, questionando se poderia trazê-la. Até temos fotos da família com a tia Gabi conosco.
Ao refletir sobre a Helena, me emociono profundamente. Sua chegada significa mais do que o início de uma nova vida; ela me faz recordar das conversas com a mamãe sobre ela e observar a transformação de seu tio Gustavo em um pai, evidenciando seu desejo de se tornar uma pessoa ainda melhor.
A mamãe tinha um desejo imenso de conhecer a Helena.
Discutimos bastante sobre essa possibilidade. Ao nos confrontarmos com a realidade de que isso não seria possível, a tristeza se abateu sobre nós. Ainda me sinto melancólico ao pensar nisso, pois queria muito que compartilhássemos juntos, ao lado dela e de vocês, este momento.
Após aceitarmos a realidade, a mamãe expressou que encontraria a Helena em seu caminho e que falaria a ela sobre você e o Francisco. Conhecendo a mamãe como conheço, ela certamente não deve ter parado de falar.
E assim, trazendo alegria, felicidade, esperança e ecoando tudo que a mamãe disse… Chega logo, Helena!